quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Doce de pêra ou perada

459 gr de açúcar, outro de pêra. Descasca-se a pêra, parte-se aos quartos, coze-se e passa-se pela peneira. Tem-se o açúcar ao lume e junta-se a pêra. Torna-se ao lume até o doce engrossar e fazer espelho. Tira-se do lume, deita-se em malgas, deixa-se arrefecer e põe-se ao sol até ganhar vidro; assim se conserva durante todo o ano.

Fonte: "Doçaria Vimaranense de outros tempos".

Doce de chila

Quebram-se as chilas no chão. Tira-se depois a casca e a espinha, pesa-se, lava-se á torneira em passador e mete-se em água fria de um dia para o outro.
Põe-se a cozer em pouca água e, depois de cozida, deixa-se arrefecer na panela. Deita-se depois em água fria para arrefecer melhor, desfaz-se e põe-se a escorrer.
Entretanto, faz-se uma calda com o açúcar (para 2k de chila, 1,25k de açúcar) até chegar a ponto de pérola. Seguidamente deita-se a chila desfeita e mexe-se com a colher de pau. Passado pouco tempo, deita-se canela em pau a gosto e deixa-se ir a ponto de pérola apertado para conservar. 



Fonte: "Área Escola - Uma Experiência, Escola Secundária Francisco de Holanda, Guimarães 1992/93".

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Doce de laranja aos gomos

Raspam-se as laranjas muito ligeiramente para que fiquem amarelas. Cortam-se aos gomos e deitam-se em água fria durante um ou dois dias conforme o gosto de cada um.
Tanto o peso de laranjas como o de açucar.
Põe-se o açúcar ao lume, deixa-se levantar fervura , deita-se-lhe dentro os gomos das laranjas e deixa-se ferver até ficarem bem cozidas.
Este doce é muito bom para comer de calda, ou também se podem tirar os gomos do açúcar, polvilhá-los com açúcar cristalizado e pôr ao sol a secar.

(Esta receita pertence ao Tio Alberto)

Fonte: "Doçaria Vimaranense de outros tempos".

Bichas, receitas do terreiro

6 ovos inteiros
459g de açucar pilé
459g de farrinha triga
Bate-se o açúcar com os ovos durante 1h e depois junta-se-lhe a farinha e torna-se a bater durante alguns minutos.
Untam-se as formas com manteiga derretida (mas muito pouco untadas). Fazem-se os Ss e metem-se á fornalha a cozer.
N.B. leva uma pitada de sal.

Fonte: "Doçaria Vimaranense de outros tempos".

Figos Secos

459g de figos e outro de açúcar. Os figos não se querem inteiramente maduros, e querem-se colhidos com pé. Picam-se os figos com um garfo, deitam-se num alguidar e combrem-se com água a ferver: Deixam-se estar 1h.
Tem-se o açúcar ao lume em ponto de espadana baixo, tiram-se os figos da água e deitam-se no açucar, onde se deixam ferver bastante tempo. É preciso mexê-los com cuidado para não os escangalhar. Depois tiram-se com uma garfo um a um outra vez para o alguidar e deita-se-lhe outra vez o açucar por cima e deixa-se ficar até ao dia seguinte. No dia seguinte tornam ao lume - pode-se fazer esta operação pela manhã, e repeti-la á tarde. Para ficarem bons precisam levar três caldeadelas, isto, irem ao lume três vezes. Da ultima vez deve fixar o ponto subido para poderem secar.

(Esta receita pertence ao convento de Santa Clara de Guimarães)

Fonte: "Doçaria Vimaranense de outros tempos".

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Suspiros de Braga

A 500 gramas de açúcar levado a ponto de fio, junte 3 claras, água de flor de laranjeira, canela e uma casca de limão. Mexa muito bem de forma a que a massa fique bem levantada. Deite em pequenas formas untadas com manteiga. Leve ao forno o tempo necessário para corarem.

(Esta receita pertence ao receituário do Convento da Madre Deus de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago

Rabanadas Vimaranenses

Junte 4 gemas de ovos com 100 gramas de açúcar, um pau de canela e umas raspas de limão. Leve tudo ao lume e deixe ferver. O açúcar pode ficar ligeiramente queimado. Embeba fatias de pão em leite, deixe escorrer um pouco e passe pela calda que está ao lume. Coloque as fatias numa travessa, deite em cima a calda onde foram passadas e borrife generosamente com vinho do Porto.

(Esta receita pertence ao receituário do Convento da Madre Deus de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago

Aletria Doce

Coza ligeiramente um quilo de aletria em água na qual deve misturar uma colher de azeite ou uma noz de manteiga. Retire e escorra para uma peneira. Deite depois a aletria em leite com um pouco de açúcar onde acaba de cozer. Retire e escorra-as novamente na peneira. Num tacho, ponha a ferver meio litro de leite, a casca de um limão, 12 gemas de ovos, 125 gramas de amêndoas torradas e raladas grossas. Deite a aletria dentro e deixe ferver um pouco. Deite numa travessa e polvilhe com canela.

(Esta receita pertence ao receituário do Convento da Madre Deus de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago.

Pão-de-Ló de Santa Rosa

Bata 12 gemas de ovos com 500 gramas de açúcar e a raspa de meio limão. Deve batar a massa muito bem. Depois acrescente as claras batidas em castelo, para envolver, assim como 250 gramas de farinha. Misture tudo. Unte uma forma com manteiga, polvilhe a farinha e leve ao forno a cozer.

(Esta receita pertence ao receituário do Convento de Santa Rosa de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago.

Bucho doce de irmã Teresa

Limpa-se um bucho de porco e deixa-se ficar de molho durante 24 horas, com a casca de um limão. Para o recheio: bata 12 gemas de ovo com o miolo de um quilo de pão de trigo. Bata as clarasemcastelo firme e junte-as á massa feita com as gemas e o miolo de pão. Junte três colheres de sopa de banha de porco ou de toucinho derretido. Mexa bem e encha o bucho com esta massa, sem encher completamente para não romper quando o bucho cozer. Cosa a abertura do bucho e deixe um fio grande onde deverá dependurar um pau que deverá ficar atravessado nas bordas do tacho onde o bucho cozer, de forma a ficar suspenso mas todo dentro da água de cozedura. Depois de cozindo desenforma-se e serve-se frio. 

(Esta receita pertence ao convento de Santa Clara de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago.

Pudim do Patrono

Bata 8 ovos com 300 gramas de açúcar e junte 300 gramas de amêndoa ralada fina. Adicione 300 gramas de doce de chila e envolva tudo muito bem. Unte uma forma com manteiga e leve ao forno a cozer em lume médio.

(Esta receita pertence ao receituário do Convento de S. José de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sopa Dourada Rica

Corte fatias de pão-de-ló de grossura que mais lhe agradar e molhe-as numa calda de açucar em ponto de pérola. Vá retirando as fatias e disponha-as numa travessa polvilhando-as com canela. Faça uns ovosmoles, e vá espalhando os ovos por cima das fatias.
Continue a operação intervalando sempre as camadas de fatias e termine com uma camada de ovos.
Para fazer os ovos moles pode utilizar a receita de 500g de açucar levado ao ponto de pérola. Retire a calda do lume, deixe arrefecer um pouco e quando ainda estiver morna, junte 14 gemas de ovos, apenas cortadas com uma faca e não batidas.Leve ao lume para as gemas cozerem. 

(Esta receita pertence ao Convento de Santa Clara de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Torta de creme de canela

Em meio litro de leite deite 175g de açúcar e 12 gemas de ovos. Junte duas colheres de chá de canela em pó. Leve esta mistura ao lume e retire quando estiver grossa. Forme uma torta com massa folhada e encha com este creme. Leve ao forno a alourar.

(Esta receita pertence ao Convento da Madre Deus de Guimarães)

Papas doce de carolo

Coza o carolo em água, tempere com sal e quando estiver cozido junte  um litro de leite, uma casca de limão e 100g de manteiga. Leve 400g de açúcar a ponto de pérola. Junte esta calda aos carolos e deixe arrefecer. Junte 6 gemas de ovos depois da mistura estar fria. Leve outra vez ao lume para as gemas cozerem. Polvilhe com canela.

(Esta receita pertence ao Convento da Madre Deus de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago.

Arroz-doce do Abade

Deite litro e meio de água numa panela e deixe ferver juntamente com a casca de um limão inteiro. Deite 300g de arroz e deixe ferver até a água desaparecer. Nesta altura deite um litro de leite quente e mexa até que o arroz fique devidamente cozido. Bata 10 gemas de ovos com uma colher de sopa de leite e quando retirar o arroz e o deixar arrefecer um pouco, junte as gemas batidas. Leve tudo ao lume novamente de forma a que as gemas possam cozer. Deite numa travessa e enfeite com canela em pó.

(Esta receita pertence ao Convento de Santa Clara de Guimarães)

Fonte: "Cozinha do Minho", de Alfredo Saramago.

Toucinho-do-Céu de Guimarães

500g de açúcar; 150g de amêndoas; 3 colheres de sopa de doce de chila; 18 gemas; 2 claras; farinha; manteiga


Deixa-se o açúcar derreter em 2dl de água e leva-se a cozer até atingir o ponto de pérola (108ºC). Adicionam-se depois a amêndoa pelada e ralada e o doce de chila e deixa-se ferver um pouco. Entretanto, misturam-se sem bater as gemas com as claras que se juntam ao preparado anterior depois de se ter deixado arrefecer um pouco. O doce vai novamente ao lume apenas para cozer as gemas, tendo o cuidado de não o deixar ferver. Retira-se do calor e, depois de frio, deita-se numa forma muito bem untada com manteiga ou com margarina e abundantemente polvilhada com farinha. Convém espalhar uma colher de sopa de farinha no fundo da forma. Leva-se o toucinho-do-céu a cozer em forno brando durante 1 hora. Depois de desenformado, escova-se bem a farinha e polvilha-se o toucinho-do-céu com açúcar pilé.


Ps: Este mesmo toucinho-do-céu pode ser cozido em doses individuais. Nesse caso untam-se e polvilham-se abundantemente com farinha pratinhos de barro vidrado e o forno deve estar mais quente. Os toucinhos-do-céu, depois de escovados da farinha, são também polvilhados com açúcar pilé.


(Esta receita pertence ao Convento de Santa Clara de Guimarães)


Fonte: "Cozinha Tradicional Portuguesa", de Maria de Lurdes Modesto.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Introdução

  No âmbito da disciplina de Área de Projecto da Escola Secundária Francisco de Holanda, foi-nos proporcionado elaborar um projecto acerca dos Doces Tradicionais de Guimarães. Como é bastante óbvio, nós, os elementos do grupo, decidimos criar um Blogue para que toda a gente possa ter conhecimento acerca do tema que iremos retratar. Neste espaço iremos postar toda a história que envolve o tema, entrevitas à população vimaranense e aos individuos especializados nesta área e iremos também dar a conhecer a doçaria tradicional da nossa região e as suas receitas.